domingo, 22 de maio de 2011




Porque a gente estava sim se amando mas você correu pra levantar antes
a bandeira do "se fudeu trouxa, o amor não existe". Justo você que eu
escolhi pra fugir comigo das feiúras do mundo. Porque você me
emprestava a mão dormindo (...) E você me perguntava o tempo todo se
eu percebia como era legal a gente. E então, só pra fazer parte da
merda universal de toda a bosta da vida, você se bandeou pro lado do
impossível e se foi e me deixou como louca,chorando, te perguntando pra onde foi o amor. E você riu e
disse "mas eu só estou fazendo minhas coisas". E eu me senti idiota e
louca e chata e isso foi muito cruel ainda que seja tão normal. Normal
não me serve não encaixa não acalma. E eu achei que a gente podia ter
uma bolha nossa pra ser louco e improvável e protegido do lugar comum
do mundo mediano adulto das pessoas que riem e fazem suas coisas. E
tudo ficou feio, até você que é lindo ficou feio. E eu quis me fazer
cortes. Porque viver é difícil demais. E todo mundo me olhando, rindo,
fazendo suas coisas. E daqui a pouco eu rindo e fazendo minhas coisas.
E no fundo, abafado, dolorido, retraído, medicado, maduro: onde
está o amor? Onde ele vai parar? Onde ele deixou de nascer? Onde ele
morreu sem ser?
(...)E o amor, o que você fez com ele? Enfiou no cu? Colocou na
máquina de picar papel? Reaproveitou a folha pra escrever atrás?
Reciclou? Remarcou pra daqui dois anos? Cancelou? Reagendou o amor?
Demitiu o amor? É o amor que vai fazer você ser isso tudo e não isso
tudo que você usa pra dar essas desculpas pro amor.
(...)Eu prefiro ser quem te espera na porta pra entender. Eu prefiro
ser quem te espera na outra linha pra entender. Eu prefiro ser a louca
enquanto o mundo ri e faz suas coisas. Do que ser quem se
tranca nessas salas infinitas suas pra nunca entender ou fazer que não
sente ou não poder sentir ou ser sem tempo de sentir ou ser esquecido
e finalmente não ser.


A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar.

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Quem sou eu

SP, SP, Brazil
Não temo dizer o que sou. Até diria...se soubesse! Até diria...se conseguisse provar que mudo todos os dias pra garantir minha autenticidade. Não temo largar as palavras, ao invés das mãos. Não temo abrir o livro da minha vida aos poucos que fazem ¿ realmente - parte dela...e claro, dentre esses, aos que gostam de ler...rs. Desacredito que podemos ser o que quisermos...na verdade, queremos ser o que pudermos. A informação valiosa é: podemos muito! Não sou igual a ninguém e ninguém é igual a mim. Nisso, todos somos iguais! ******************