quarta-feira, 10 de setembro de 2008


Ouço dois jovens a conversar, querendo “entender” o amor. E fico
a pensar... Difícil sempre, para o ser humano, aceitar o amor que tem. Ele vive carente do que lhe falta. Difícil, igualmente,
para a maioria das pessoas, sentir o amor. Esse amor total,
pleno de todos os amores parciais que o constituem. Daí as
relações serem um grande arrastar-se de carências até mesmo quando
os animam um ou vários (e verdadeiros) amores parciais.

Quem se relaciona através de um amor parcial pode e deve
valorizar o que existe de verdadeiro e sólido a partir de sua
união. Mas sempre estará à espera do amor total. Ainda que não
venha.

Na realidade ou na fantasia (em geral nesta), o amor total
viverá como esperança, até mesmo quando se tenha a funda
convicção de que não existe.
Por causa das circunstâncias da vida, a maior parte das pessoas
não tem condições de escolher ou de aguardar o amor total (que
pode nunca vir). A questão colocada, e profunda, é quem
escolher? Quem pode dizer-se capaz de escolher? Quem pode
garantir a sua capacidade de não ceder ao ato de ser escolhido/a?
Só quando a escolha é mútua dá-se a (raríssima) possibilidade de
felicidade. Em geral, aceita-se ser escolhido ou luta-se por quem se
escolhe. Raro é o caso em que não há escolha: há descoberta mútua.
Aí o amor pode vir a ser total.

A descoberta mútua prescinde de escolha. Ela cria um mágico território comum de adivinhações. Não é, porém, o habitual. Ou o homem escolhe a mulher na base de apelos variados (sensualidade, segurança ou afetividade) ou a mulher escolhe o homem e consegue
conquistá-lo.
Só conquista quem ganha de alguém, quem vence de outrem. E amor
não é vitória: é descoberta! É funda afinidade, inexplicável.

Nenhum comentário:

Quem sou eu

SP, SP, Brazil
Não temo dizer o que sou. Até diria...se soubesse! Até diria...se conseguisse provar que mudo todos os dias pra garantir minha autenticidade. Não temo largar as palavras, ao invés das mãos. Não temo abrir o livro da minha vida aos poucos que fazem ¿ realmente - parte dela...e claro, dentre esses, aos que gostam de ler...rs. Desacredito que podemos ser o que quisermos...na verdade, queremos ser o que pudermos. A informação valiosa é: podemos muito! Não sou igual a ninguém e ninguém é igual a mim. Nisso, todos somos iguais! ******************